terça-feira, 8 de setembro de 2015

REFLEXÕES: Minhas gravidezes

Vocês acharam que eu tinha abandonado o blog não é mesmo? Eu também achei. Já aconteceu tanta coisa nesse interim, que nem sei por onde começar. 

Meu último post foi em março de 2013, estava grávida, no quinto mês do meu primogênito. Acordava muito cedo (por volta das 4:30hs) e só chegava em casa pelas 19:30hs. A chegada do meu pequeno príncipe se aproximava e não tinha preparado nada para ele ainda. Os meses seguintes foram dedicados à chegada do meu bebê e por conta disso, o blog foi ficando para trás. Mas antes de contar o pós nascimento, darei um breve relato do que passei para engravidar. 

Tive alguns problemas para conseguir engravidar, havia perdido (aborto expontâneo) meu primeiro bebê em dezembro de 2010 e não conseguia mais engravidar. Desde então procurei alguns médicos na minha cidade, e fui indica a procurar uma médica no Rio. Gostei dela de cara. Simpática, atenciosa, explicava tudo nos mínimos detalhes e me fez sentir segura. 

Iniciamos uma bateria de exames, ingestão de vitaminas, hormônios, um acompanhamento quase mensal. Mas as coisas pareciam não dar certo. Ela então disse que eu poderia continuar tentando ou buscar fertilização por conta da minha idade já avançada para os padrões da maternidade. Estávamos decididos a tentar fertilização, chegamos a ir numa consulta com um especialista e este achou melhor eu fazer a retirada cirúrgica de um pólipo localizado no meu útero que poderia estar dificultando o processo. Fiz essa cirurgia em setembro. E em novembro já estava grávida. 

Voltei alegremente ao consultório da médica no Rio. Só que nós tínhamos alguns problemas para contornar. A médica era particular e sabíamos que um procedimento cirurgico particular não estava exatamente dentro no nosso orçamento, mas decidimos seguir em frente. Outro problema era a questão da logística: morávamos distante, uns 320km, cerca de 4:00 hs de carro. Como seria no final da gestação? Não tinha como ficar em hotel, ficar 1 ou 2 meses na casa de parentes não era uma opção e tinha meu trabalho também, queria esticar o máximo a gravidez para pegar licença no final. Enfim, não tive muita alternativa e acabei optando por ser acompanhada por outro obstetra na minha cidade. Com 2 obstetras era difícil eu me sentir insegura. Na verdade, na hora do sufoco, sempre ligava pra ela, estava sempre disponível, me respondia, me tranquilizava. Era nela que eu confiava.

A gestação seguiu perfeita, até a 37a semana. Fui fazer uma ultrason de rotina e o médico, tão delicado quanto um rinoceronte, disse que havia algo errado. Sempre fiz minhas ultra-sons com um médico em Macaé, cidade onde trabalhava, para não precisar faltar trabalho. Desse vez fiz em Campos mesmo porque já estava de licença. Ele disse que o feto não era compatível com 37 semanas e sim com 34. Na hora achei aquilo uma bobagem porque estava tudo certo desde o início. Mas ele insistiu e disse uma palavra que nunca tinha ouvido falar CIUR (crescimento intra-uterino retardado). Na minha mente só ficou registrado o "retardado". Pensei, tem alguma coisa errada. Dai liguei para a médica do Rio e ela pediu para eu fazer outra ultrassom, em outro lugar para tirar a prova. Fui correndo fazer e deu novamente a mesma coisa. Já estava entrando em parafuso porque não fazia ideia das consequências, das causas, nada. Foi aí que cometi o erro de pesquisar na internet e fiquei desesperada. Conversei com a médica por telefone e ela me mandou sair da internet. Nunca façam isso, aguardem orientação do médico de sua confiança. São tantos relatos divergentes, tantas teses, que não há como saber onde seu caso se enquadra.

Na manhã seguinte minha irmã e meu cunhado  (que me deram muito apoio) conseguiram uma outra ultrassom e o médico que me atendeu disse o seguinte: ele é realmente um feto pequeno, mas o que preocupa aqui é a escassez do líquido amniótico. Isso foi numa terça-feira. Ele disse que o feto deveria ser retirado, no máximo, até quinta-feira. Só que o obstetra de Campos havia marcado o parto para duas semanas depois. Entrei em contato com ele e fiquei mais desesperada ainda, porque ele disse para eu fazer uma outra ultrassom na quarta, para passar no consultório dele só na quinta. Quer dizer, se a "teoria"daquele médico estivesse correta, quinta-feira eu já deveria estar na sala de cirurgia, não no consultório.

Cheguei em casa aos prantos e meu marido ligou para a médica do Rio, que viu os exames todos digitalizados para o e-mail dela. Ainda na terça-feira, já quase noite, ela virou pro meu marido e disse: Cláudio, você pode vir para o Rio hoje?? E meu marido respondeu que não dava porque não tinha nada pronto e ele estava com receio de eu passar mal na viagem. Daí ela disse: Então vem pra cá amanhã de manhã, sem falta. Ficamos muito preocupados com a questão financeira e ela respondeu: agora não é hora de pensar nisso, fica tranquilo que vai dar tudo certo. Gente, tem médica mais fofa que isso??!!

Liguei para minha mãe, que se prontificou a ir comigo e fomos. Cheguei lá por volta das 11:00 hs, ela nos recebeu com a mesma simpatia de sempre, nos explicou sobre CIUR, disse que não havia razão para me preocupar e perguntou: está de jejum? Ótimo, porque seu bebê vai nascer hoje. O que foi outra surpresa pra mim, porque na minha cabeça seria só na quinta-feira. As secretárias dela entraram numa saga para conseguir vaga pra mim. Fiquei na casa da minha irmã aguardando o chamado para ir para maternidade. Em jejum desde 11:00 hs (ela liberou um suco à tarde), em função de problemas com autorização do plano de saúde, minha cirurgia só foi iniciada 21:00 hs. Meu filho nasceu 21: 21 hs, com 2660 Kg e 46cm. Mas a médica relatou: estava quase sem líquido nenhum, amanhã poderia ser tarde demais. Nem quero imaginar. Fiquei com uma raiva do médico de Campos!

E foi nesse sufoco que veio meu primeiro príncipe. Ficamos na casa da minha irmã (que foi um anjo pra mim) na primeira semana de vida porque a pediatra não liberou viagem. Depois disso voltei algumas vezes ao Rio para o acompanhamento no pós-parto. 

Quando meu filho estava para completar 6 meses, eu engravidei de novo. :) Quando descobri já estava quase no 3o mês. Verdade, de novo. Daí voltei nela e estava tudo indo bem, até que meu marido recebeu a noticia de que seria transferido para Belo Horizonte. Meu chão se abriu. Como seria isso? Mudar para longe, sem conhecer ninguém, sem ter obstetra lá, sem ter casa pra morar, com um bebê pequeno. Nossa, foi tenso.

Moramos 45 dias em hotel. Eu com um barrigão enorme, meu primogênito sofrendo com o clima, vivíamos entrando e saindo nos hospitais. Um horror. Eu queria muito continuar com a médica do Rio, mas já estávamos sem condições financeiras até de ir nas consultas, dirá pagar outro procedimento. Até que uma colega do trabalho do meu marido indicou uma obstetra que atendia pelo plano. Outro grande achado. Igualmente simpática, doce, atenciosa, competente. Amei. Daí fiquei mais relaxada com a gestação porque sabia que estava em boas mãos. E a própria obstetra indicou a pediatra dos filhos dela e fiquei mais aliviada ainda, porque meu filho não tinha se acertado com ninguém ainda. Novamente, outro achado. Enfim, apesar de todos os inconvenientes dessa mudança, de todas as dificuldades que passamos até achar um cantinho nosso, fomos agraciados com boas médicas.

Meu bebê nasceu aqui, meu mineirinho lindo. No dia da cirurgia fiquei esperando um bom tempo para subir também por conta das burocracias de plano. A médica não se conteve, desceu com roupa cirúrgica e foi me buscar. Disse que problema burocrático meu marido que resolveria, que a paciente dela não podia mais esperar e me levou. Onde que eu veria isso em Campos??? kkk Deixa pra lá. O caso do meu mineirinho foi o oposto do primogênito, eu estava com excesso de líquido. Vai entender. Só sei que os minutos iniciais foram tensos porque ele nasceu muito roxinho, parece que engoliu liquido e a pediatra que assistia o parto teve trabalho para reanima-lo. Fiquei olhando tensa, sabia que havia algo errado porque não coloram nos meus braços, foi direto para a pediatra. Só pude segurá-lo depois, já quando o efeito da cirurgia ia passando.

E assim, em outubro de 2014 chegou meu segundo príncipe, razão pela qual fui me afastando cada vez mais da ideia de escrever. Nos meses seguintes consegui uma pessoa para me ajudar em casa com os dois bebês e os afazeres domésticos, entretanto, não pudemos continuar com esse auxílio e hoje estou aqui escrevendo quase à meia-noite porque é o único horário que consigo fazer alguma coisa sem que ninguém tente me escalar.

Esse foi meu relato sobre o nascimento dos meus bebês, espero que tenham gostado. O importante é saber que nenhuma gravidez é igual a outra e no final dá tudo certo. Até a próxima.