segunda-feira, 9 de novembro de 2015

DIREITO TRABALHISTA: A gestante tem estabilidade garantida no curso do aviso prévio

Para exercer a cidadania é preciso ter consciência de seus direitos e obrigações dispostos na Carta Magna (Constituição da República Federativa do Brasil), é preciso lutar para que as normas ali dispostas não se tornem obsoletas. Por isso, é preciso estar atento ao dinamismo do Direito que acompanha as constantes mutações da sociedade. Então, vamos conhecer um pouco mais nossos direitos? Vem comigo! 
O assunto hoje é sobre Aviso Prévio e gravidez no seu curso. 


À gestante é conferido o direito a estabilidade provisória desde a constatação da concepção até o quinto mês após o parto, inteligência do artigo 10, II,  "b" do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição de 1988. 
O aviso era  considerado um contrato por tempo determinado porque os contratantes conheciam os prazos inicial e final do mesmo. Desta forma, em tese, não haveria óbice a demissão de funcionária que ficou grávida no período do aviso. Entretanto, a Súmula 244, inciso III do TST (Alteração dada pela Resolução TST 185/2012 de 14.09.2012) conferiu estabilidade à gestante mediante contrato por tempo determinado. E na sequência dessa decisão surgiu a Lei 12.812/2013 que acrescentou o art. 391-A à CLT, explicitando a estabilidade da gestante no período do Aviso Prévioin verbis
"Artigo 391-A. A confirmação do estado de gravidez advindo no curso do contrato de trabalho, ainda que durante o prazo do aviso prévio trabalhado ou indenizado, garante à empregada gestante a estabilidade provisória prevista na alínea b do inciso II do art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias."

Um dos casos que deu origem a decisão do TST aconteceu no Paraná, onde a funcionária foi dispensada em 13/5/2011 com Aviso Prévio terminado em 12/6/2011. Ocorre que ela descobriu a gestação de quatro semanas e cinco dias apenas 4 dias após o final do aviso, ou seja, a concepção ocorreu no período em que o contrato de trabalho ainda estava vigente, pois o aviso prévio não encerra essa relação entre os contratantes. 
Outro fato interessante é que, mesmo tendo sofrido um aborto espontâneo em julho de 2011, ainda assim persistiu seu direito à indenização. Considerando o fato de que o aborto não foi criminoso e que este gera benefício de duas semanas de repouso, o ministro Orestes Dalazen (Quarta Turma do TST) defendeu o pagamento dos salários, das férias proporcionais acrescidas de 1/3, do 13º salário proporcional e ao recolhimento do FGTS com 40%, correspondentes ao período de 14/5/2011 até duas semanas após o aborto espontâneo, ocorrido em julho de 2011. A decisão foi confirmada por unanimidade entre os ministros da Turma. Processo: RR-263-29.2012.5.09.0004 (Andrade, Paula. Gravidez iniciada durante aviso prévio gera direito a estabilidade provisória. Sex, 21 Fev 2014. Disponível em <http://www.tst.jus.br/noticias/-/asset_publisher/89Dk/content/gravidez-iniciada-durante-aviso-previo-gera-direito-a-estabilidade-provisoria>. Acesso em: 09 novembro de 2015).
Vejamos a seguir outras questões interessantes sobre o assunto respondidas pelo Dr. Cláudio Pereira, advogado trabalhista, pós-graduado em direito tributário, com larga experiência em direito previdenciário.
Blogueira: É obrigação da funcionária informar que está grávida?

Dr. Claudio: Não há legislação específica que obrigue essa informação, entretanto o contrato de trabalho, como todos os demais contratos, prevê o Princípio da boa fé, razão pela qual há sim o dever de fazer essa comunicação, até para que o empregador se organize na eventual ausência da funcionária e preveja quem a substituirá no período da licença maternidade. 


Blogueira: E existe alguma forma pré-determinada para a comunicação da gravidez?

Dr. Claudio: Como não há legislação específica, não há um padrão formal para a comunicação. O ideal é que a funcionária solicite uma reunião com o chefe e releve sua condição de gestante. Outras formas também são válidas, entretanto, não nos parece de bom tom fazer essa comunicação por telefone ou e-mail. 
Blogueira: Se não sou obrigada a informar, como o empregador saberá se está demitindo uma gestante? 

Dr. Claúdio: A própria legislação proíbe a exigência de qualquer documento que comprove o estado gravídico.  O empregador tem que suportar os riscos da atividade econômica que exerce. Desta forma, demitir ou não funcionária grávida é risco inerente ao negócio. Salienta-se que a estabilidade gestacional é um direito da trabalhadora e a mesma pode optar por não exercê-lo. 

Blogueira: E se a própria funcionária é demitida sem justa causa, cumpre ou recebe o aviso prévio e só descobre a gravidez depois? 
Dr. Claúdio: Se ficar comprovado que a concepção ocorreu antes ou no período em que estava de aviso prévio, terá direito ao reingresso ao quadro de funcionários ou, na impossibilidade, receberá indenização correspondente até o término do período que teria direito à estabilidade. 

Blogueira: Mesmo tendo o direito à estabilidade reconhecido, o que pode impedir o reingresso? 

Dr. Claúdio: Pode ser que o processo se delongue de tal forma que o período de estabilidade provisória tenha expirado e não caiba mais o reingresso. Outra possibilidade também é de que a funcionária sofra aborto expontâneo, o que não justificaria o reingresso já que o instituto visa proteger o nascituro. Em ambos os casos cabe indenização.  
Blogueira: Como a estabilidade é provisória, assim que acabar o prazo dos 5 meses após o parto o empregador poderá demitir a funcionária?
Dr. Claúdio: Com certeza, não há nada que o obrigue a permanecer com essa funcionária. Mas a demissão não pode ficar caracterizada como ato discriminatório, e deverá ter, portanto, uma outra justificativa que esteja desvinculada do simples estado gravídico.
Blogueira: Considerando a hipótese de funcionária que havia sido demitida e conseguiu reingresso ao quadro de funcionários, considerando ainda que a empresa reconhece 180 dias de Licença Maternidade, como ficaria a demissão desta funcionária cuja estabilidade provisória acabou um mês antes do término da licença? Essa funcionária permaneceria por mais um mês? 

Dr. Claúdio: Sim, são institutos diferentes Licença Maternidade e Estabilidade Provisória. No período de licença o contrato trabalhista fica suspenso e o empregador não pode demitir a funcionária. Então, ainda que a estabilidade provisória tenha acabado, por exemplo, em setembro, a funcionária permanecerá de licença até outubro. 

Blogueira: Se eu contrato uma funcionária e a demito dentro do prazo de 90 dias que configura o período de experiência, serei obrigada a mantê-la caso engravide?

Dr. Claúdio: Sim, por força da Súmula 244 do TST que confere estabilidade considerando contrato por tempo determinado. O contrato de experiência é uma modalidade de contrato por prazo determinado, embora ainda haja divergências doutrinárias sobre o tema.
É isso, pessoal. Caso tenham alguma outra dúvida que esteja relacionada ao tema proposto, deixe sua pergunta nos comentários que responderemos tão logo seja possível.





domingo, 8 de novembro de 2015

REFLEXÕES: A conectividade e o abandono dos filhos

Recentemente li um artigo falando sobre a solidão de uma criança com pais presentes, dentro de casa.
Ultimamente as pessoas estão muitos conectadas, vivem plugadas em seus computadores, tablets, celulares e se desligam do mundo ao redor.

Fiquei refletindo muito sobre o tema e comecei a me policiar mais com relação a isso. Já me peguei diversas vezes distraída no celular, computador, ou mesmo assistindo TV, só observando meus filhos brincarem sozinhos. Noutro dia peguei um deles brincando com o carrinho, empurrando-o para frente e para trás, como se estivesse com o pensamento longe, deitado e com a cabeça apoiada no outro braço. Aquela cena me deixou de coração cortado. Imediatamente larguei minha tarefa na cozinha e fui brincar com ele. Os dois vieram na minha direção e brincamos juntos por alguns minutos. Quando percebi que o astral dos dois tinha mudado, voltei para a cozinha.

A gente ouve muito que "você deve brincar com a criança, estimular, dar atenção, levar para passear, para pegar sol, sair de casa, experimentar outros ambientes". Sim, eu devo e faço, só que na medida do possível. Hoje, excepcionalmente, desci com os dois antes de iniciar as tarefas domésticas e acabei enrolando o almoço. Um deles acabou dormindo sem almoçar de tanto sono. Daí eu me perguntei: será que foi bom ele ter brincado no play e ter dormido sem almoçar? A culpa foi minha de não ter subido antes? Nem tanto ao céu, nem tanto à terra.

É preciso ter bom senso, não sair acreditando em tudo que falam ou tomando para si um contexto que não é o seu. Da mesma forma que não devemos ignorar os sinais de tristeza que a própria criança mostra. Sim, criança também fica triste, não é um sentimento só de adulto. 

O que influencia muito também é a estrutura que você pode proporcionar para a criança que ainda não está na escolinha. Já tive a oportunidade de ter uma pessoa dedicada à organização da casa enquanto fiquei exclusivamente cuidando dos pequenos. Foi ótimo porque meu tempo era dedicado a eles e foi o período que mais grudaram na mamãe. Todavia, as coisas mudaram e meu tempo agora é escasso, tenho que me dividir entre eles e as tarefas, não é fácil.

Já me puni demais acreditando que estava prejudicando eles porque não podia mais dar tanta atenção, principalmente, depois que você ouve "deixe a casa de lado e vá passear com eles". Só que não é bem assim, não dá para deixar a casa de cabeça pra baixo e sair alegremente para passear. Minha mãe cuidou de 3, sempre executou as tarefas de casa e nunca teve que se preocupar em sair para passear com a gente por conta da tese de que a criança precisa passear para ser feliz. Éramos felizes em casa, brincando uma com a outra, tendo a atenção da nossa mãe sempre que precisávamos. Então, parei com a neurose. 

Acho que para alguém chegar para você e dizer que está fazendo isso ou aquilo errado, que o certo é seguir um padrão pré-determinado, politicamente correto ou cientificamente recomendado, essa pessoa tem que estar inserida no seu contexto para entender seu ritmo de vida, e só depois tentar dar algum pitaco. Ainda assim, tudo que disser será mera recomendação, não sou obrigada a seguir padrão de ninguém.

Tudo que puder fazer para melhorar a vida deles e estiver ao meu alcance, farei. O alerta sobre o excesso de conectividade dos pais com as crianças em casa deixadas a própria sorte é super válido. Agora estou mais atenta e evitarei sempre. Da mesma forma que continuarei brincando com eles em casa ou no play sempre que puder.

Sou a mãe que posso ser, sou a mãe que consigo ser e pronto. O que nossos filhos precisam é se sentirem amados, terem saúde e aprenderem a seguir o caminho do bem.

Deixo uma frase do Pitágoras (580-497 a.C. Matemático e filósofo da Antiguidade. Autor do "teorema de Pitágoras").

"Eduquem as crianças, para que não seja necessário punir os adultos". 














quinta-feira, 5 de novembro de 2015

RECEITA: Cone com folha de couve-manteiga

Esse cone descobri há pouco tempo e confesso que fiquei surpresa com o resultado. Ficou sequinho, crocante e com amargor zero. Serve para rechear com a pasta de sua preferência. Um coringa na hora de receber os amigos em casa.

INGREDIENTES

- Folha de couve manteiga
- Papel (cortei A4 no meio e fiz um cone)

MODO

Higienize as folhas, seque e tire o talo de cada folha.

Cada folha criará dois cones. O cone em papel servirá de base para a couve.  Coloque a folha num prato e aqueça por dois minutos no micro-ondas. Ela amolecerá e você dividirá ao meio. Cada metade envolverá um cone (previamente feito e fechado com durex mesmo). Depois de envolver cuidadosamente o cone de papel com a metade da folha de couve, leve novamente ao micro-ondas por mais 2 minutos. Você verá que o cone sairá durinho, mas ainda muito frágil. Logo depois, retire o papel de dentro da couve e leve ao forno em 180 graus por aproximadamente 5 minutos. Isso dependerá do seu forno. Quando perceber que alguma parte está ficando num tom marrom, hora de tirar. Seu cone está pronto. Tenha cuidado ao manipular porque quebra com facilidade. Daí é só rechear e aproveitar. Eu coloquei atum misturado que cheiro verde. Bão demais !!!

Retirei essa receita do site de Lucilia Diniz, lá tem vídeo com passo a passo. É só digitar no google.

É isso !!!

RECEITA: Creme de ricota

Esse creme é versátil, já usei até como molho para uma beringela no forno. Já misturei com atum e cheiro verde. Como adoro requeijão, às vezes substituo por esse creme de ricota.

INGREDIENTES

- 400g queijo de ricota
- 200ml de leite morno
- sal e demais temperos ( a gosto )

MODO

Triture a grosso modo a ricota e coloque no liquidificador, adicione o leite morno aos poucos até obter a consistência desejada. Coloque os temperos de sua preferência. Sempre coloco sal, pimenta, raspinha de cebola. Lembrando que a cebola encurta a validade do creme.

É isso !!! Mais simples que isso, só isso duas vezes. : )

RECEITA: Purê light (sem batatas)

Nem me lembro quando foi, mas aprendi a fazer esse purê há muito tempo. Meu marido não gostou muito. Eu gostei. Tudo é uma questão de gosto.

INGREDIENTES

- Couve-flor
- Leite
- Sal e demais temperos ( a gosto)

MODO

Cozinhe a couve-flor no leite com sal, quando estiver amolecida coloque-a num liquidificador e bata com o próprio leite do cozimento. Vá adicionando o leite aos poucos até ficar na consistência de sua preferência. A quantidade do leite dependerá do tamanho da sua couve-flor. Eu coloco um pouquinho de pimenta do reino para dar um gostinho a mais. Mas vai do gosto de cada um.

É isso !!! Simples né. Um purê que dá para comer sem medo de ser feliz. Mas, lembre-se, tudo em excesso é ruim.




REFLEXÕES - Dieta: Mudança de hábito

Atualmente, um dos maiores problemas enfrentados pela humanidade é a preocupação com a obesidade e/ou excesso de peso. 

A OMS (Organização Mundial de Saúde) aponta que em 2008 cerca de 1,6 bilhões de pessoas tinham  excesso de peso e 400 milhões já sofriam com a obesidade. Os números são preocupantes para 2015, a previsão é que os valores cheguem a 3,3 bilhões e 700 milhões. Há muitos fatores que corroboram para esse aumento de peso das pessoas: excesso no consumo de álcool, lanches substituindo refeições, falta de tempo para cozinhar, muitos produtos industrializados, muita praticidade e pouca nutrição.

Nem precisa ser doutor para entender porque engordamos, exceto para os casos em que há um problema de saúde que impeça ou dificulte o emagrecimento. Da mesma forma que não precisa ser doutor para saber que não existe dieta mágica para perder peso. Entretanto, é preciso procurar um profissional competente para traçar um plano alimentar para você. Cada caso é um caso. 

Comecei a ter problemas com peso depois dos 30. Demorei muito para descobrir distúrbio na tireóide também, o que dificulta o processo. Desde então venho "sofrendo" com essa necessidade de "adequação" aos padrões de beleza, também um mal da atualidade. 

Como a maioria que sofre com isso, já fiz dietas loucas por conta própria, já procurei endocrinologista (que receitou um monte de remédios malucos, tarja preta), já procurei nutricionista, já fiz reeducação alimentar, etc. Enfim, sempre emagreci, às vezes até demais (parecia cadavérica), e passados alguns meses, não conseguia sustentar, engordava tudo de novo ou o dobro. 

De todas as tentativas, a única que me fez permanecer mais tempo com o corpo "ideal" foi o tratamento com uma nutróloga que me ensinou a comer, ou seja, reeducação alimentar. Foi na época do casamento, perdi 18Kg em mais ou menos 4 meses. Quando surgi na igreja, apesar do nervosismo natural de noiva, era possível ouvir "olha como ela está magra!". Enfim, após o casório ainda consegui manter o corpo por aproximadamente 2anos, o que foi um recorde considerando meu histórico anterior de alguns meses. 

Depois comecei a abusar de novo, entrei naquele ciclo de "desculpas" da falta de tempo, do vou beber só hoje, vou comer esse doce só hoje e ... o resultado era evidente, engordei novamente.
E quando vieram os filhos, o corpo da gente já fica diferente, as preocupações são outras e a dieta acaba ficando para depois. Relaxei, admito.

O fato é que há uma preocupação com o peso ideal por questões obvias, as pessoas estão engordando demais e esse padrão trás consequencias para a saúde como um todo, refletindo até na alimentação das crianças que, seguindo o exemplo dos pais, também estão ficando obesas. 

Essa preocupação é legitima e nos leva a refletir sobre o que queremos para o futuro dos nossos filhos, até porque, a tendência é que as coisas fiquem cada vez mais práticas e o sedentarismo cada vez maior. Compreendo que isso seja um problema real, entretanto, não consigo aceitar que eu precise buscar um corpo de barbie (magrela demais) ou um corpo de fisioculturista (musculosa em excesso). Nada contra quem curti essas modalidades, só não concordo com a pressão que a mídia faz para seguirmos esse padrão "sequinha, barriga negativa, perna demais, bumbum na nuca, etc.", essas bobagens que vendem por aí e muita gente compra. 

Emagrecer para se sentir bem, para ter mais saúde, para ter uma melhor qualidade de vida, ok, mas entrar numa neura de "ter que emagrecer" porque o padrão de mulher "ideal" é esse, vamos combinar, é absurdo. 

Hoje estou, pelo menos, uns 20kg acima do padrão de modelo (tipo muito magra, cadavérica), e confesso que não estou preocupada em perder 20kg, mas de emagrecer o suficiente para me sentir bem e ter um pouco mais de condicionamento físico, já que venho sentindo cansaço incompatível com minha idade, ou seja, questão de saúde.

Meu marido também sofre com excesso de peso e decidimos fazer uma reeducação alimentar combinada com exercício físico. Estamos fazendo as coisas sem neurose, no nosso tempo, procurando o melhor para nossos filhos também. 

Ontem fiz um cone de folha de couve recheado com atum e cheiro verde que ficou muito bom. Tudo é uma questão de adaptação, mudança de hábito mesmo. Estou procurando receitas que incluam ingredientes que nós curtimos e que seja saudável. Óbvio que não há resultado positivo sem sacrifício. E tem alguma coisa na vida que seja muito fácil? Só as coisas que não prestam né. 

Então acho que é isso, as pessoas devem se preocupar com o peso sim por uma questão de saúde física ou mental (já que muita gente entra em depressão), mas nunca procurar dieta maluca, receita fácil para entrar num padrão imbecil que a mídia inventou.

O importante é ser feliz. 

BJS.







terça-feira, 8 de setembro de 2015

REFLEXÕES: Minhas gravidezes

Vocês acharam que eu tinha abandonado o blog não é mesmo? Eu também achei. Já aconteceu tanta coisa nesse interim, que nem sei por onde começar. 

Meu último post foi em março de 2013, estava grávida, no quinto mês do meu primogênito. Acordava muito cedo (por volta das 4:30hs) e só chegava em casa pelas 19:30hs. A chegada do meu pequeno príncipe se aproximava e não tinha preparado nada para ele ainda. Os meses seguintes foram dedicados à chegada do meu bebê e por conta disso, o blog foi ficando para trás. Mas antes de contar o pós nascimento, darei um breve relato do que passei para engravidar. 

Tive alguns problemas para conseguir engravidar, havia perdido (aborto expontâneo) meu primeiro bebê em dezembro de 2010 e não conseguia mais engravidar. Desde então procurei alguns médicos na minha cidade, e fui indica a procurar uma médica no Rio. Gostei dela de cara. Simpática, atenciosa, explicava tudo nos mínimos detalhes e me fez sentir segura. 

Iniciamos uma bateria de exames, ingestão de vitaminas, hormônios, um acompanhamento quase mensal. Mas as coisas pareciam não dar certo. Ela então disse que eu poderia continuar tentando ou buscar fertilização por conta da minha idade já avançada para os padrões da maternidade. Estávamos decididos a tentar fertilização, chegamos a ir numa consulta com um especialista e este achou melhor eu fazer a retirada cirúrgica de um pólipo localizado no meu útero que poderia estar dificultando o processo. Fiz essa cirurgia em setembro. E em novembro já estava grávida. 

Voltei alegremente ao consultório da médica no Rio. Só que nós tínhamos alguns problemas para contornar. A médica era particular e sabíamos que um procedimento cirurgico particular não estava exatamente dentro no nosso orçamento, mas decidimos seguir em frente. Outro problema era a questão da logística: morávamos distante, uns 320km, cerca de 4:00 hs de carro. Como seria no final da gestação? Não tinha como ficar em hotel, ficar 1 ou 2 meses na casa de parentes não era uma opção e tinha meu trabalho também, queria esticar o máximo a gravidez para pegar licença no final. Enfim, não tive muita alternativa e acabei optando por ser acompanhada por outro obstetra na minha cidade. Com 2 obstetras era difícil eu me sentir insegura. Na verdade, na hora do sufoco, sempre ligava pra ela, estava sempre disponível, me respondia, me tranquilizava. Era nela que eu confiava.

A gestação seguiu perfeita, até a 37a semana. Fui fazer uma ultrason de rotina e o médico, tão delicado quanto um rinoceronte, disse que havia algo errado. Sempre fiz minhas ultra-sons com um médico em Macaé, cidade onde trabalhava, para não precisar faltar trabalho. Desse vez fiz em Campos mesmo porque já estava de licença. Ele disse que o feto não era compatível com 37 semanas e sim com 34. Na hora achei aquilo uma bobagem porque estava tudo certo desde o início. Mas ele insistiu e disse uma palavra que nunca tinha ouvido falar CIUR (crescimento intra-uterino retardado). Na minha mente só ficou registrado o "retardado". Pensei, tem alguma coisa errada. Dai liguei para a médica do Rio e ela pediu para eu fazer outra ultrassom, em outro lugar para tirar a prova. Fui correndo fazer e deu novamente a mesma coisa. Já estava entrando em parafuso porque não fazia ideia das consequências, das causas, nada. Foi aí que cometi o erro de pesquisar na internet e fiquei desesperada. Conversei com a médica por telefone e ela me mandou sair da internet. Nunca façam isso, aguardem orientação do médico de sua confiança. São tantos relatos divergentes, tantas teses, que não há como saber onde seu caso se enquadra.

Na manhã seguinte minha irmã e meu cunhado  (que me deram muito apoio) conseguiram uma outra ultrassom e o médico que me atendeu disse o seguinte: ele é realmente um feto pequeno, mas o que preocupa aqui é a escassez do líquido amniótico. Isso foi numa terça-feira. Ele disse que o feto deveria ser retirado, no máximo, até quinta-feira. Só que o obstetra de Campos havia marcado o parto para duas semanas depois. Entrei em contato com ele e fiquei mais desesperada ainda, porque ele disse para eu fazer uma outra ultrassom na quarta, para passar no consultório dele só na quinta. Quer dizer, se a "teoria"daquele médico estivesse correta, quinta-feira eu já deveria estar na sala de cirurgia, não no consultório.

Cheguei em casa aos prantos e meu marido ligou para a médica do Rio, que viu os exames todos digitalizados para o e-mail dela. Ainda na terça-feira, já quase noite, ela virou pro meu marido e disse: Cláudio, você pode vir para o Rio hoje?? E meu marido respondeu que não dava porque não tinha nada pronto e ele estava com receio de eu passar mal na viagem. Daí ela disse: Então vem pra cá amanhã de manhã, sem falta. Ficamos muito preocupados com a questão financeira e ela respondeu: agora não é hora de pensar nisso, fica tranquilo que vai dar tudo certo. Gente, tem médica mais fofa que isso??!!

Liguei para minha mãe, que se prontificou a ir comigo e fomos. Cheguei lá por volta das 11:00 hs, ela nos recebeu com a mesma simpatia de sempre, nos explicou sobre CIUR, disse que não havia razão para me preocupar e perguntou: está de jejum? Ótimo, porque seu bebê vai nascer hoje. O que foi outra surpresa pra mim, porque na minha cabeça seria só na quinta-feira. As secretárias dela entraram numa saga para conseguir vaga pra mim. Fiquei na casa da minha irmã aguardando o chamado para ir para maternidade. Em jejum desde 11:00 hs (ela liberou um suco à tarde), em função de problemas com autorização do plano de saúde, minha cirurgia só foi iniciada 21:00 hs. Meu filho nasceu 21: 21 hs, com 2660 Kg e 46cm. Mas a médica relatou: estava quase sem líquido nenhum, amanhã poderia ser tarde demais. Nem quero imaginar. Fiquei com uma raiva do médico de Campos!

E foi nesse sufoco que veio meu primeiro príncipe. Ficamos na casa da minha irmã (que foi um anjo pra mim) na primeira semana de vida porque a pediatra não liberou viagem. Depois disso voltei algumas vezes ao Rio para o acompanhamento no pós-parto. 

Quando meu filho estava para completar 6 meses, eu engravidei de novo. :) Quando descobri já estava quase no 3o mês. Verdade, de novo. Daí voltei nela e estava tudo indo bem, até que meu marido recebeu a noticia de que seria transferido para Belo Horizonte. Meu chão se abriu. Como seria isso? Mudar para longe, sem conhecer ninguém, sem ter obstetra lá, sem ter casa pra morar, com um bebê pequeno. Nossa, foi tenso.

Moramos 45 dias em hotel. Eu com um barrigão enorme, meu primogênito sofrendo com o clima, vivíamos entrando e saindo nos hospitais. Um horror. Eu queria muito continuar com a médica do Rio, mas já estávamos sem condições financeiras até de ir nas consultas, dirá pagar outro procedimento. Até que uma colega do trabalho do meu marido indicou uma obstetra que atendia pelo plano. Outro grande achado. Igualmente simpática, doce, atenciosa, competente. Amei. Daí fiquei mais relaxada com a gestação porque sabia que estava em boas mãos. E a própria obstetra indicou a pediatra dos filhos dela e fiquei mais aliviada ainda, porque meu filho não tinha se acertado com ninguém ainda. Novamente, outro achado. Enfim, apesar de todos os inconvenientes dessa mudança, de todas as dificuldades que passamos até achar um cantinho nosso, fomos agraciados com boas médicas.

Meu bebê nasceu aqui, meu mineirinho lindo. No dia da cirurgia fiquei esperando um bom tempo para subir também por conta das burocracias de plano. A médica não se conteve, desceu com roupa cirúrgica e foi me buscar. Disse que problema burocrático meu marido que resolveria, que a paciente dela não podia mais esperar e me levou. Onde que eu veria isso em Campos??? kkk Deixa pra lá. O caso do meu mineirinho foi o oposto do primogênito, eu estava com excesso de líquido. Vai entender. Só sei que os minutos iniciais foram tensos porque ele nasceu muito roxinho, parece que engoliu liquido e a pediatra que assistia o parto teve trabalho para reanima-lo. Fiquei olhando tensa, sabia que havia algo errado porque não coloram nos meus braços, foi direto para a pediatra. Só pude segurá-lo depois, já quando o efeito da cirurgia ia passando.

E assim, em outubro de 2014 chegou meu segundo príncipe, razão pela qual fui me afastando cada vez mais da ideia de escrever. Nos meses seguintes consegui uma pessoa para me ajudar em casa com os dois bebês e os afazeres domésticos, entretanto, não pudemos continuar com esse auxílio e hoje estou aqui escrevendo quase à meia-noite porque é o único horário que consigo fazer alguma coisa sem que ninguém tente me escalar.

Esse foi meu relato sobre o nascimento dos meus bebês, espero que tenham gostado. O importante é saber que nenhuma gravidez é igual a outra e no final dá tudo certo. Até a próxima.